Praga – Uma cidade muito especial

Posted on 05/31/2009

0


Crónicas de um Português pelo Mundo

 

Praga – Uma cidade muito especial

  

A minha visita doida a Praga começou com um trabalho em Bratislava….

 

Pois é, não é perto nem sequer o mesmo país, mas o Verão de 2008 estava agradável o tempo Julho excelente e eu queria conhecer Praga, por isso nada melhor do que um fim-de-semana doido!

Sai de Bruxelas por volta das 3 da manhã, tinha feito as malas de véspera e descansado bastante assim que cheguei a casa do trabalho. Segui pela Bélgica, Holanda e atravessei a Alemanha para chegar a Praga por volta da hora do almoço. Nem vos vou dizer horas, velocidades e coisas do género para não me chamarem mais de louco e não correr o risco dos agentes da BT lerem isto.

 

O hotel onde eu ai passar o fim-de-semana era simpático e ficava mesmo ao pé do centro, mas como tinha ficado sem o meu PDA e automaticamente sem o meu GPS em Espanha, tive que voltar á antiga navegação por mapa, o que não foi nada difícil nas estradas mas que voltou a ser um pouco um pesadelo nas cidades (sinceramente o TOM TOM é uma grande invenção).

 

Depois de fazer o check in e de por o carro na garagem tirei apenas a mochila e o saco da roupa, tomei um duche para revigorar e lá foi estrear a nova Nikon D80 (igualzinha á que tinha antes) e conhecer mais uma cidade!

A localização do hotel era como disse muito perto do centro da cidade, fica mesmo em frente á estação de comboios, na zona de fronteira entre Stare Mesto e Novo Mesto.

 

Para enquadrar um pouco historicamente a zona de Stare Mesto and Josefov é a zona mais antiga da cidade de Praga, onde podemos encontrar a parte judaica que está na origem da cidade com as sinagogas e o cemitério judeu, assim como diversos museus e lojas de comércio, esta parte da cidade tem as ruas mais em formato de labirinto se bem que sempre plana, mas apesar disso não é uma área muito grande, aliás o mesmo se pode aplicar a toda a cidade de Praga ou pelo menos ao seu centro que se pode e deve fazer totalmente a pé.

A zona de Novo Mesto que hoje em dia é o centro da cidade é onde se situa a maior parte das atracções turísticas daquele lado do rio é também muito rica e culturalmente estimulante. Mas já lá vamos.

 

Depois de deixar o hotel e de deambular pelo lado antigo da cidade cheguei ao meu primeiro destino que era o passeio de barco pelo rio e ter uma vista turística da cidade. Apesar de passeio ser pequeno é algo que recomendo vivamente, não só pelas oportunidades de fotografia que se tem no barco, mas também pela história da cidade e todos os pormenores que se conhece o passeio de barco inclui ainda um pequeno passeio a pé pela zona antiga da cidade.

 

Tudo isto demorou apenas entre duas e três horas. Passei então para a zona de Novo Mesto que começa pela Praça de Wenceslas que sai do museu nacional até á zona do labirinto do centro da cidade. Esta avenida dá um pouco a ideia do que Praga é nos dias de hoje, restaurantes e casinos abertos 24 horas 7 dias por semana, uma das melhores e maiores livrarias que já visitei com livros em diversas línguas aberta também ela todos os 7 dias da semana e que fica exactamente ao lado de digamos uma casa de diversão nocturna que também funciona de dia… E tudo isto na avenida principal!

Tudo isto explica o motivo pelo qual o turismo em Praga e tanto cultural, como de lazer ou de despedidas de solteiros.

 

Após descer a avenida e passar na zona sinuosa e mais antiga que liga as duas partes da cidade foi ao centro onde para além do famoso relógio da cidade de Praga se encontram interessantes edifícios, a seguir a uma quantas fotografias segui caminho para um dos mais emblemáticos pontos da cidade a ponte de Charles que está sempre apinhada de pessoas, sejam eles vendedores, turistas ou simples locais a passar de uma margem para a outra. Apesar de a cidade ter outras pontes esta sem dúvida a mais marcante, não só pelas estátuas, mas também pelas suas ligações histórias uma vez que unia a entrada do castelo á outra margem da cidade. Por tudo isto vale a pena demorar um pouco de tempo a passear pela ponte, ver as fotografias e pinturas que se vendem, tirar umas fotos e acima de tudo apreciar a paisagem e a história do local o que implica ver com algum detalhe todas as estátuas e detalhes ornamentais da ponte.

 

Chegando á outra margem (a do castelo) que estava em trabalhos de restauro junto á ponte, pude assistir a algo que é feito unicamente para turistas, a cerimónia de troca de guardas da ponte com todos os toques de corneta a que se tem direito. Não entendi muito bem o significado de todo aquele cerimonial mas o que eu queria ver era o que é chamada de pequena Veneza, que no fundo são um conjunto de canais do ria que entram pela cidade a dentro, após deambular um pouco pela pequena Veneza (que é mesmo pequena) era tempo de voltar a atravessar a ponte e encontrar o caminho de volta para o hotel, eram já 20h30 se bem que ainda perfeitamente de dia e estava cansado, comi qualquer coisa e cai redondo na cama!

 

O domingo começou cedo, depois de um duche e pequeno-almoço voltei a deambular pela parte antiga do centro da cidade, com calma e sem nenhum objectivo concreto que não fosse sentir o ambiente que se vive ali, acabei pela junto a margem do rio e seguia ate ao prédio que eles chamam de “Fredy and Ginger” apesar de o nome oficial ser “Dancing house”, atravessei a ponte para a outra margem e comecei a fazer o caminho inverso, sabia onde queria ir, ao cimo da colina onde está a miniatura da torre Eiffel, pelo caminho encontrei um simpático restaurante italiano onde almocei. O dia estava bastante quente e o almoço havia sido agradável, por isso não havia motivo para o estragar com uma subida a pé… pelo que apanhei o míni funicular que existe e que permite ter uma vista panorâmica durante a subida.

 

Passeei um pouco pelos jardins e miradouros da colina antes de subir a versão reduzida da torre Eiffel, que me deu mais tonturas do que a verdadeira, pois a única forma de subir e descer e por escadas de caracol! Mas a vista que se tem do seu miradouro vale a pena.

 

Faltava o meu segundo e último objectivo do dia, o Castelo de Praga e todo o seu complexo que inclui a catedral de St. Vitus, o velho palácio real, a Basilica de S. George a Golden Lane e a Dalibor Tower. Todo o complexo é lindíssimo e com diversos pontos de interesse histórico, cultural e arqueológico, apesar das obras de conservação consegue-se ver bastantes coisas e a vista do topo da catedral e de tirar a respiração!

 

Foi sem dúvida uma tarde bem passada e que me fez recordar um pouco a minha querida Lisboa, uma vez que a zona do castelo e toda ela composta por ruas sinuosas de paralelepípedo com casas sem ordem aparente, um pouco como algumas de Lisboa de que tanto gosto.

 

Foi por isso que passei o fim da tarde perdido nestas ruas e em nostalgia, apesar do cansaço das constantes subidas e descidas e da minha falta de forma para o fazer sentia-me feliz, recordava-me Lisboa! Foi com um estranho sorriso e um pouco nas nuvens que desce até á ponde de Charles, atravessei um pouco como um fantasma ainda envolto nas minha recordações e regressei ao hotel.

 

Um duche refrescante e uma noite de sono me esperavam, assim como um despertar ás 5 da manha e uma viagem para Bratislava.

Posted in: Viagens